Histórico
Um ano após a sua criação, em 1964, entrou em vôo o primeiro produto do Centro de Estudos Aeronáuticos da UFMG, o planador monoplace de instrução básica CB-1 "Gaivota". O Gaivota era um planador de instrução básica, construído em madeira, a partir de um projeto simples desenvolvido pelo engenheiro recém formado Cláudio Pinto de Barros. Todo o projeto deste planador foi desenvolvido com o auxílio do livro L´aliante do engenheiro italiano Stelio Frati, o qual até hoje mostrar suas influências nos projetos desenvolvidos neste centro.
Após o sucesso do Gaivota, em 1969, foi iniciado o projeto do planador de alto desempenho CB-2 "Minuano". Buscando igualdade com as máquinas que estavam sendo desenvolvidas no exterior, o então, professor Cláudio Barros, conseguiu projetar uma aeronave que até hoje apresenta o maior desempenho aerodinâmico (L/D) do país. Construída pelo habilidoso marceneiro José de Carvalho e Silva, o Minuano incorporava as mais modernas técnicas construtivas na época como colagem metal-metal, colagem madeira-metal, revestimento em sanduiche de contraplacado-colméia de acetato de celulose-contraplacado. Seu primeiro vôo foi em dezembro de 1975.
Neste mesmo ano foi criada a ênfase Engenharia Aeronáutica dentro do curso de Engenharia Mecânica da UFMG. Inicialmente o curso foi ministrado por professores convidades vindos do ITA/CTA (Décio Coelho Pullin, Maurício Alves Loureiro) e EMBRAER (Sidney Lage Nogueira, Paulo Lourenção) e da FAB (Brig. Ar Aluízio Weber). Posteriormente, foram contratados professores formados pelo próprio curso que gradativamente substituíram os professores convidados. Com exceção do professor Miguel Flori Gorgulho que lecionou somente até meados da década de 80, todos os demais permanecem lecionando atualmente. Tal curso já formou cerca de 250 engenheiros aeronáuticos sendo que a maioria se encontra nos quadros da Embraer onde ocupam posições de relevo. Vários estão trabalhando em companhias de transporte aéreo e empresas de manutenção em aeronáutica. Alguns permaneceram no quadro de professores da UFMG.
Em 1980 foi projetado o RPR-1 "Jegue" um planador monoplace da categoria "self-launched". O primeiro protótipo ainda em fase de construção foi destruído por enchente que inundou as oficinas do Centro de Estudos Aeronáutico.
Em 1985 teve início o desenvolvimento do motoplanador biplace CB-7 "Vesper". Esta aeronave, de alto desempenho, foi a primeira (e ainda é a única) totalmente desenvolvida (projeto, cálculo e construção nacionais) em materiais compostos no país. Tal projeto recebeu apoio das autoridades aeronáuticas da Alemanha (DLR). O primeiro vôo do Vesper foi em 1988. Atualmente o protótipo se encontra a disposição do Centro de Estudos Aeronáuticos para vôos de pesquisa e ensaios em vôo.
Entre 1989 a 1992 foi desenvolvida a aeronave ultraleve de última geração CB-9 "Curumim" o "Curumim" entrou em vôo, com todo o sucesso, em 1993. Atualmente, com mais de 150 horas de vôo e mais de 600 pousos o Curumim tem servido como um excelente laboratório em vôo, para o testes de novos equipamentos e para a iniciação dos alunos do Centro de Estudos Aeronáuticos na prática do vôo.
Em 1990 o Vesper obteve o primeiro lugar na primeira Bienal Brasileira de Design na categoria de aeronaves. Nesta mostra concorreram os mais expressivos aviões desenvolvidos no país. Em 1992 o Curumim recebeu, também, a primeira premiação na segunda Bienal Brasileira de Design, novamente disputando contra as mais relevantes aeronaves produzidas nacionalmente.